Evento reunirá participantes de diferentes regiões e países para discutir biodiversidade e ciência no coração da Amazônia
Foto: Divulgação
De 25 a 29 de agosto de 2025, Manaus será sede do XI Congresso Brasileiro de Herpetologia (CBH), no Centro de Convenções Vasco Vasques. O evento é apoiado pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), via Programa de Apoio à Realização de Eventos Científicos e Tecnológicos no Estado do Amazonas (Parev).
O congresso acontece pela primeira vez na Amazônia Ocidental e reunirá especialistas, estudantes, representantes de comunidades tradicionais e indígenas, gestores públicos e pesquisadores internacionais. É promovido pela Sociedade Brasileira de Herpetologia (SBH) e realizado pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD).
O evento traz como tema “Encontro de Saberes Ancestrais e Contemporâneos no Coração da Amazônia” e propõe o diálogo interdisciplinar sobre herpetologia entre áreas como biogeografia, conservação, ecologia, educação ambiental, saúde pública, etnobiologia, taxonomia, entre outras. De acordo com o coordenador do evento, Igor Luis Kaefer, doutor em Biologia (Ecologia) e professor da UFAM, a escolha de Manaus como sede é estratégica.
“Manaus, referência em diversidade biológica, abriga uma comunidade científica vibrante e consolidada na herpetologia. Consideramos esta edição um marco geográfico e temático, unindo ciência, cultura e desafios urbanos em uma região de importância estratégica”, destacou.
Programação
A programação contará com palestras, mesas-redondas, oficinas, apresentações culturais, concursos, exposições e atividades de extensão. Entre as ações voltadas ao público, destaca-se o projeto “Herpetofauna em Foco”, que levará estudantes de escolas públicas a exposições científicas e fotográficas, incluindo a mostra ‘Extintos’, com imagens e ilustrações de espécies raras, ameaçadas ou já extintas.
Outro diferencial é a participação ativa de comunidades tradicionais e indígenas, incorporadas desde a concepção da identidade visual até a escolha de homenageados e palestrantes.
“Queremos valorizar esses saberes de forma simbólica e prática, incentivando a diversidade de vozes e perspectivas na herpetologia”, afirmou Kaefer.
A identidade visual do XI CBH foi criada especialmente para esta edição e inspirada na paleta de cores do sapinho manauara (Atelopus manauensis), espécie ameaçada de extinção e endêmica das proximidades de Manaus. Além de estampar a logo, a arte incorpora a figura do sapinho muiraquitã, importante símbolo folclórico amazônico, e outros elementos da herpetofauna, como a tartaruga e a serpente, reforçando o vínculo entre biodiversidade, cultura e ciência.
Saiba mais sobre a programação do congresso em: http://www.cbherpeto.com/
Temas
O evento também terá forte viés interdisciplinar, abordando temas como conservação, saúde pública, educação ambiental e integração entre ciência e sociedade. Para o pesquisador, o congresso é um espaço estratégico para influenciar políticas públicas e fortalecer redes de colaboração:
“As discussões e resultados científicos apresentados têm potencial para subsidiar a elaboração e o aprimoramento de políticas ambientais, programas de manejo sustentável e estratégias de conservação da herpetofauna brasileira”, explicou o coordenador do evento.
A expectativa é reunir mais de mil participantes de todos os estados brasileiros e de diversos países. O encontro também prevê a produção de anais eletrônicos com todos os trabalhos apresentados, disponíveis no site da Sociedade Brasileira de Herpetologia, garantindo acesso público ao conteúdo produzido.
Fomento científico
O professor ressaltou o papel das instituições parceiras para viabilizar o evento, em especial da Fapeam.
“Gostaria de expressar meus sinceros agradecimentos à Fundação pelo apoio fundamental a este congresso, que representa um marco para a pesquisa científica no Brasil, ao ser realizado pela primeira vez na Amazônia Ocidental, proporcionando ampla participação de pesquisadores e estudantes da região”, finalizou.
Parev