Durante a reunião com os secretários de Estado de Desenvolvimento, MDIC e BID anunciam R$ 11 bilhões para o desenvolvimento regional
Foto: Divulgação/ Sedecti
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) representou o Amazonas em uma reunião estratégica com o presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin. O encontro em Brasília, nesta quinta-feira (27/03), reuniu secretários de desenvolvimento de todo o país para debater ações de atração de investimentos, com a participação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O secretário da Sedecti, Serafim Corrêa, representou o governador Wilson Lima na reunião e destacou a importância do diálogo conjunto entre estados e governo federal para fortalecer a economia nacional. “O Brasil precisa atrair novos investimentos, e esse é um desafio que está colocado para todos. Todos juntos”, afirmou Serafim.
Durante sua fala no evento, o secretário apresentou as principais dificuldades enfrentadas pelo Amazonas, ressaltando que o estado é um exemplo de preservação ambiental, com 97% de sua floresta conservada. Entre os desafios citados, Serafim destacou a distância geográfica, os problemas logísticos agravados pelas grandes secas de 2023 e 2024 e o alto custo da energia.
Foto: Divulgação/ Sedecti
No entanto, ele também pontuou os atrativos que o Amazonas oferece para investidores, como os incentivos fiscais da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), os incentivos da concedidos pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e as políticas de crédito presumido de ICMS da Sedecti.
“Esses incentivos nos permitem, por exemplo, dar a notícia que o maior polo fabricante de ar-condicionado do Brasil é em Manaus, só perde para a China. E esse polo está exatamente dentro da estrutura do MIDIC, dentro da estrutura da Zona Franca de Manaus”, enfatiza o titular da Sedecti, Serafim Corrêa.
Foto: Divulgação/ Sedecti
Projetos estruturantes
O secretário trouxe atualizações sobre dois projetos fundamentais para a economia do estado: a exploração de gás no Campo de Azulão, que permitirá maior oferta de energia, e o projeto de potássio em Autazes, essencial para o agronegócio brasileiro. Ele criticou a demora no licenciamento do potássio, atribuindo o entrave a posicionamentos ideológicos do Ministério Público Federal.
“O Brasil importa potássio da Ucrânia, do Canadá e de outros países, enquanto temos uma reserva que poderia abastecer nossa produção e reduzir custos. Mas o projeto já se arrasta há 12 anos devido a sucessivos entraves jurídicos”, afirmou.
45 bilhões em investimentos
Nos últimos cinco anos, conforme a orientação do governador Wilson Lima, o Amazonas atraiu cerca de R$ 45 bilhões em investimentos, impulsionados pelo modelo da ZFM e pelas oportunidades no setor energético. O secretário destacou a importância da regulamentação clara para evitar entraves burocráticos e garantir segurança jurídica aos investidores.
Além disso, ele citou avanços no setor logístico, como o teste recente do transporte de 75 mil toneladas de grãos via hidrovia, reduzindo significativamente o tempo e os custos para o escoamento da produção do Centro-Oeste.
“O Grupo Bertolini fez o primeiro teste de um transporte de um comboio com 75 mil toneladas de grãos, o que equivale a 1.500 carretas que sairiam do Mato Grosso para Santos. No entanto, essa carga foi enviada para Porto Velho, onde abasteceu esse comboio, que seguiu de Porto Velho até Santarém. Isso representa uma verdadeira revolução no sistema de transporte”, destacou Corrêa.
Por fim, em sua fala, o secretário Serafim enfatizou a relevância dos projetos das Rotas Amazônicas e das saídas transoceânicas, que podem encurtar em até 20 dias o tempo de exportação de produtos brasileiros para a China, fortalecendo ainda mais a competitividade nacional no mercado internacional.
MDIC e BID anunciam R$ 11 bilhões
No encontro, MDIC e BID anunciaram a Linha de Crédito Condicional para Projetos de Investimento (CCLIP), no valor de R$ 11 bilhões para o desenvolvimento regional.
“O BID é um grande parceiro, então tem aí R$ 11 bilhões em créditos para apresentarem projetos. Os estados podem encaminhar para o MDIC sugestões e propostas. Estamos à inteira disposição dos secretários de Desenvolvimento”, afirmou o presidente Alckmin.