Depois de passar horas ‘batendo perna’ desbravando a capital da Amazônia, é hora de se deliciar com o sabor mais especial da culinária manauara. Não toa, em Manaus, existe uma frase popular que afirma que “quem come jaraqui, não sai mais daqui”. E quem falou isso certamente já degustou um bom ‘jaracá’ frito com farinha ovinha, limão, sal e pimenta murupi… huuummmm deu até fome, parente.
O jaraqui é um entre as inúmeras qualidades de peixes que habitam as águas doces dos rios amazônicos. Junto com tambaqui, pacu, sardinha, matrinxã, tucunaré, pirarucu, eles são as principais opções dos cardápios das peixarias amazônidas. Fritos, assados, cozidos, escabeche ou juntos a outras receitas, os pescados se unem a outros ingredientes, promovendo uma diversidade incrível de alimentos, que a cada dia são reinventados e recriados com novas receitas nos restaurantes de Manaus. Ninguém resiste aos cheiros e sabores da culinária manauara. Mas nem só de culinária regional é feita a gastronomia manauara.
Fazendo jus à história de uma cidade que abraça todos os povos, os “menus” oferecem opções da gastronomia de todas as partes do Brasil e do mundo. Desde a tradicional massa italiana até as sofisticadas comidas árabes, passando pelas delícias portuguesas, espanholas, e dos nossos vizinhos sul-americanos.
Nos restaurantes de Manaus tem comida para todos os gostos, uma herança da nossa fundação como cidade que recebeu contribuições de todas essas nações, além, claro, da culinária indígena.
Do tambaqui ao bacalhau, restaurante Calçada Alta
A cerca de 100 metros do Teatro Amazonas, no Centro Histórico de Manaus, o Calçada Alta serve os manauaras e turistas com o melhor da comida portuguesa e, mais recentemente, também pratos típicos da terra. Fundado há 33 anos por uma família de imigrantes portugueses, o Calçada Alta surgiu como doceria “Doce Sabor” e com o sucesso repentino, em poucos meses, se transformou no Restaurante “Calçada Alta”, nome dado pelos próprios frequentadores em homenagem ao local onde ele está situado, uma calçada a cerca de um metro acima do nível da rua.
“O nosso diferencial é o tempero caseiro, porque somos um restaurante familiar. Faço parte do restaurante desde que ele foi fundado, em 1989, pelos meus pais, que viram no talento da minha mãe para culinária uma oportunidade de renda em Manaus. Em pouco tempo passamos a ser conhecidos na cidade e frequentado pelas pessoas mais importantes. Mas isso não significa que o “Calçada Alta” seja um restaurante elitizado, até porque temos pratos a partir de R$ 20. O meu cardápio é eclético, para todos os públicos”, destacou o herdeiro e atual dono do restaurante, chef Marcos Silva.
Mas não é só a comida saborosa que garante o sucesso e longevidade do Calçada Alta. O ambiente aconchegante e o atendimento especial dos funcionários transformam a ida ao restaurante em uma verdadeira experiência.
“Recentemente criamos uma cafeteria dentro do restaurante para recriarmos o ambiente da doceria que deu origem ao restaurante. Em uma de nossas paredes, temos uma frase que diz: ‘aqui você começa com um café quentinho e termina com uma cerveja bem gelada’. Isso porque prezamos pela excelência em tudo que oferecemos, por isso hoje oferecemos desde o café quentinho, de diversos tipos, passando pelo almoço com diversas opções de pratos, até o lanche da tarde, com sanduíche de pernil e outras comidas de boteco”, concluiu Marcos Silva.
Tucupi ‘doce’ ou ‘azedinho’? Tacacaria Parintins tem tacacá para todos os povos
Para quem quer conhecer e “tomar um tacacá top”, famoso prato da culinária amazônica, um dos lugares de referência na cidade é a Tacacaria Parintins. No point, o cliente pode encontrar as duas versões do tucupi (caldo que compõe a iguaria): o “doce”, com cebola e cebolinha, preferido dos parintinenses e paraenses, e o ‘azedinho’, queridinho dos manauaras.
Inaugurada há onze anos, a Tacacaria Parintins conta com dois quiosques em diferentes espaços públicos da capital: no Centro Social Urbano (CSU) do Parque 10 de Novembro, zona Centro-Sul, e no bairro Dom Pedro, zona Centro-Oeste. Como o próprio nome do lugar diz, o tacacá é o carro-chefe da casa. Composto de tucupi, jambu, camarão, goma de mandioca e temperos, o prato é típico do Norte brasileiro.
A proprietária, Fabíola Araújo, conta que começou a fazer tacacá para um grupo seleto de amigos. ”No começo era só para amigos, todos amavam, e então os negócios foram expandindo aos poucos, hoje temos duas unidades da Tacacaria. É muito gratificante olhar para trás e ver aonde chegamos”, relembra.
Além do tacacá, outros pratos foram sendo incorporados ao cardápio, como o arroz de tacacá; o pato no tucupi a farinha de camarão com banana frita; o ‘Encontro Amazônico’ (montado com farinha do Uarini, embebida no leite de coco, picadinho de tambaqui, banana frita e creme branco por cima e, para completar, batata palha) e a patinha de caranguejo.
A decoração, os grafites e o atendimento especial dos cinco funcionários da unidade Dom Pedro, transformam a ida ao restaurante em uma verdadeira experiência. “Queremos que as pessoas que passem por aqui, sintam um pedacinho de Parintins”, concluiu a proprietária.
A vista privilegiada do Mirante do Rio Negro
Os apaixonados por tambaqui não podem deixar de conhecer o Mirante do Rio Negro. Com vista privilegiada para o rio, o lugar reforça o potencial turístico do centro histórico da cidade e combina os temperos, as frutas, com os peixes da Amazônia. A culinária manauara, ao mesmo tempo, simples e repletos de sabor, tendo como carro-chefe da casa, a costela de tambaqui. Além disso, o restaurante conta com uma programação de “happy hour” e música ao vivo. É top mano!
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Texto – Beatriz Valente e Mauricio Freire / Semcom
Fotos – Antônio Pereira / Semcom