A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) realizou, nesta segunda-feira (11/8), no plenário Ruy Araújo, Audiência Pública para debater e adotar providências sobre a aviação regional na Amazônia e no Amazonas. O autor da propositura foi o deputado Sinésio Campos (PT), presidente da Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás, Energia e saneamento, e a sessão foi presidida pelo deputado Adjuto Afonso (UN), que comanda a Comissão de Transporte, Trânsito e Mobilidade.
Durante o evento, Sinésio Campos destacou o Projeto AmpliAR, do Governo Federal, que visa à modernização e concessão de aeroportos regionais. O programa prevê a incorporação de 51 aeroportos deficitários a contratos de concessão já vigentes.
O parlamentar afirmou que o Governo Federal está trabalhando para viabilizar investimentos de R$ 5 bilhões na reforma de aeroportos no Amazonas.
“Queremos que esse tipo de diálogo seja permanente com todos nós que aqui estamos. Primeiro, na questão dos aeroportos, das tarifas abusivas, e com esta Casa, que aprovou subsídios para combustíveis destinados a empresas aéreas que deveriam prestar serviço de forma planejada em 11 municípios. Recentemente, no Festival Folclórico de Parintins, tivemos tarifas abusivas. As tarifas de passagens aéreas aqui são as mais caras do Brasil”, enfatizou.
A expectativa é que 15 aeroportos do Amazonas sejam contemplados pelo AmpliAR. Entre os aeródromos que terão prioridade, a princípio, estão os de Parintins, Itacoatiara e Barcelos.
Na esteira do colega, o deputado Adjuto Afonso (UNIÃO Brasil), afirmou que a audiência proposta por Sinésio Campos foi importante para discutir a situação dos aeroportos.
“Somos um estado muito grande, com 1,5 milhão de quilômetros quadrados, dividido em 62 municípios e, mesmo assim, não temos uma malha aérea a contento. O deputado Sinésio, que representa o PT que está no governo, vai encabeçar um movimento para que esses aeroportos sejam regularizados e asfaltados, permitindo o pouso de, pelo menos, aviões de pequeno porte”, disse.
Na avaliação da coordenadora de desenvolvimento turístico da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do turismo), Roselene Medeiros, sem conectividade não existe turismo, e o Amazonas enfrenta muitas dificuldades na oferta de voos regulares. Ela lembrou que já houve voos da Air France, American Airlines, Delta, além de voos diretos dos Estados Unidos operados pela TAM e pela Gol. Atualmente, há apenas um voo da Copa Airlines que liga o estado à América Latina e um voo para a Europa.
“A questão é que a gente chega em Manaus e, daqui, não consegue mais sair para quase nenhum lugar. Isso impacta diretamente no preço das passagens. Parintins, que é um dos principais pontos turísticos do Amazonas, quase não tem acesso aéreo. O Festival de Parintins recebe mais de 100 mil turistas, e a maioria chega de barco. Sem conexão aérea, não existe turismo”, afirmou.
Já a diretora de Marketing da Amazonastur (Empresa Estadual de turismo do Amazonas), Ana Cláudia Rego, ressaltou que o Governo do Amazonas tem se posicionado diante das dificuldades na malha aérea e no turismo.
“O Governo do Estado tem articulado várias estratégias com as companhias aéreas, pois essa conexão é muito importante. O Amazonas possui um potencial imenso, a nossa floresta tem atrativos indispensáveis para o mundo. Hoje, o governo mantém conexões com várias companhias aéreas. Tivemos o retorno da TAP, contamos com a Avianca e com o voo da Gol para Lima. Também estamos em negociação com a Latam”, explicou.