Assembleia Legislativa celebra avanços no Sul do Amazonas e reforça combate à violência contra a mulher

A Sessão Plenária, desta quinta-feira (15/5), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), teve como pano de fundo pronunciamentos de parabenização pelo aniversário de Manicoré (distante a 332 quilômetros de Manaus) e Humaitá (590 quilômetros), entrega de obras e a repercussão de um caso de violência contra uma amazonense em São Paulo.
O presidente da Aleam, deputado Roberto Cidade (UB), destacou sua recente visita aos municípios de Manicoré e Humaitá, no Sul do Estado, ao lado do governador Wilson Lima (UB) e comitiva. A ocasião coincidiu com o aniversário de fundação de ambas as cidades, que receberam investimentos estratégicos nas áreas de infraestrutura urbana, educação infantil, crédito produtivo e saúde pública.
“A data de hoje é duplamente simbólica para o Sul do Amazonas. É o aniversário de Manicoré e de Humaitá, dois municípios fundamentais para o desenvolvimento da região”, afirmou o parlamentar, que enfatizou seu vínculo afetivo com a cidade. “Ali nasceram meu pai e meus avós. É uma terra que sempre me acolheu com carinho, e onde guardo lembranças muito vivas da minha infância.”
Entre as ações anunciadas por Cidade, destaca-se a destinação de uma emenda parlamentar no valor de R$ 3 milhões voltada à revitalização da Praça da Bandeira, um dos principais pontos turísticos de Manicoré.
Além disso, segundo o deputado, foi inaugurada a maior creche do Sul do Amazonas, com capacidade para atender até 300 crianças por dia. “É um investimento que olha para o futuro, que reconhece o valor da educação na primeira infância como pilar do desenvolvimento humano e social”, pontuou. A ação foi acompanhada por entregas de créditos, por meio do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) e da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), fortalecendo a economia local.
Roberto Cidade celebrou a entrega de dez leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no município de Humaitá, ampliando a capacidade hospitalar da região sul do Estado. “Essa entrega vai beneficiar diretamente não apenas Humaitá, mas também Lábrea, Canutama, Santo Antônio do Matupi, Manicoré e Apuí, desafogando o sistema de saúde e promovendo maior dignidade ao nosso povo”, destacou.
Humaitá
Já o deputado João Luiz (Republicanos) disse que, ao longo de seu mandato, já foram destinados mais de R$ 6 milhões em emendas para o município de Humaitá. Desse montante, aproximadamente R$ 1,45 milhão foi investido diretamente na área da saúde, com destaque para as iniciativas durante o auge da pandemia de Covid-19. “Naquele momento crítico, estivemos em Humaitá e foi por meio dessa articulação, que conseguimos realizar ações de grande impacto”, afirmou.
Dentre as principais contribuições, o deputado destacou a instalação da primeira usina de oxigênio do interior do Amazonas e a aquisição de um tomógrafo para o Hospital Regional de Humaitá, resultado de uma emenda parlamentar conjunta com o deputado Felipe Souza (PRD). “Esses equipamentos foram fundamentais para salvar vidas, não apenas em Humaitá, mas também nos municípios vizinhos como Lábrea, Apuí, Canutama e Santo Antônio do Matupi”, frisou.
Outro projeto destacado foi o apoio ao Pelotão Mirim do Batalhão da polícia Militar de Humaitá, que recebeu recursos para a reforma do espaço físico onde funciona. O programa é voltado à formação cidadã de jovens da região, oferecendo atividades de cunho social, disciplinar e educacional.
“Esses investimentos representam o nosso compromisso contínuo com Humaitá. Não se trata apenas de números, mas de vidas que foram impactadas positivamente por políticas públicas eficazes, construídas a partir do diálogo com as lideranças locais e com a sociedade civil”, concluiu.
violência contra a mulher
A deputada Alessandra Campelo (Podemos) denunciou um caso de violência doméstica e sexual envolvendo a jovem amazonense Mariana Barroso, influenciadora digital e ex-participante de concursos de beleza, agredida brutalmente no estado de São Paulo. A parlamentar, que acompanha o caso de perto desde o início, criticou a banalização das redes sociais diante da gravidade da situação e reiterou o papel do poder público na defesa das mulheres.
“Infelizmente, subo mais uma vez a esta tribuna para falar de violência contra a mulher. O caso da Mariana tem repercutido muito nas redes sociais, com julgamentos levianos de pessoas que sequer conhecem os fatos. Mas eu falo como alguém que acompanhou desde o começo, não com base em especulações, mas com informações concretas, exames, depoimentos e ações junto à justiça e à polícia”, declarou.
Segundo a deputada, Mariana foi vítima de cárcere privado, violência sexual, doméstica, psicológica e ameaças. exames de corpo de delito comprovaram múltiplos hematomas, alguns de datas anteriores, bem como uma fratura no nariz, que exigiu cirurgia. “Ela demorou a denunciar porque, como tantas outras mulheres, sentiu medo, vergonha, culpa. E agora, o agressor tenta se colocar como vítima por ter sofrido cortes de faca, arma com a qual Mariana se defendeu, porque senão, quem teria morrido seria ela”, afirmou.
Alessandra Campelo afirmou que mobilizou a Procuradoria da Mulher da Aleam e agradeceu o apoio do Ministério Público de São Paulo, da polícia Civil do Amazonas e da polícia paulista. “Solicitamos busca e apreensão da arma utilizada pelo agressor e já recebemos relatos de pelo menos duas outras vítimas desse mesmo homem, que possuem provas e estão dispostas a denunciá-lo”, informou.