O investimento feito na infraestrutura, por meio da Fapeam, tem permitido análise laboratorial aprofundada
Foto: Acervo João Valsecchi
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O projeto é coordenado pelo pesquisador João Valsecchi do Amaral, doutor em Ecologia e diretor geral do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM). Além da melhoria da estrutura, a proposta buscou o chamado “Registro de Acreditação”, que garante qualidade e melhorias contínuas nos processos laboratoriais.
O laboratório é gerenciado por João Paulo Borges Pedro, doutor em saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos, e membro do Grupo de Pesquisa em Inovação, Desenvolvimento e Adaptação de Tecnologias Sustentáveis (GPIDATS).
A comprovação da qualidade dos serviços oferecidos tem sido feita a partir da acreditação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através da NBR ISO 17025. Para isso, são avaliados os requisitos gerais necessários para o desenvolvimento de uma estrutura laboratorial adequada, analisando fatores humanos, acomodações e condições ambientais.
Também estão sendo examinados os processos de ensaio, calibração e validação em laboratório, bem como os equipamentos, a rastreabilidade e amostragem, além da análise, registro e integridade dos dados.
Segundo o pesquisador João Valsecchi, este é o primeiro laboratório do interior da Amazônia com tal certificação.
Foto: Acervo João Valsecchi
“Até o momento foi possível equipar o Laboratório com a maioria dos equipamentos e reagentes originalmente previstos, possibilitando o início dos processos de acreditação. Com a infraestrutura instalada, o laboratório tornou-se apto a passar pelo processo de acreditação”, explicou.
O espaço tem contribuído para o desenvolvimento de tecnologias sociais e de processos produtivos comunitários. Aspectos ligados à saúde por meio de análises físico-químicas e microbiológicas em água, esgoto e alimentos, com impactos na proteção ambiental e na melhoria da qualidade de vida das populações ribeirinhas.
“No contexto dessa pesquisa, as tecnologias sociais permitem que as comunidades usufruam de sistemas de abastecimento de água para uso familiar e para os processos produtivos, e sistemas de tratamento de esgoto e respectivos sanitários, especialmente em áreas de várzea”, complementou o coordenador.
O projeto do laboratório foi dividido em quatro etapas: reforma, estruturação do laboratório, consolidação do sistema de gestão e o processo de acreditação. O laboratório tem proporcionado o contato de alunos de iniciação científica e de profissionais graduados com a rotina de diferentes pesquisas que estão sendo realizadas, uma oportunidade para ampliar conhecimentos.
O investimento na infraestrutura tem possibilitado a realização de análises laboratoriais aprofundadas. O desenvolvimento dos projetos com a ajuda da tecnologia auxilia na análise de produtos regionais que possuem alto valor comercial. Essa abordagem PODE aumentar a renda das famílias envolvidas em uma série de atividades produtivas na região, como o manejo do pirarucu e outros pescados, a produção de polpas e de farinha.
“Atualmente, o laboratório também está oferecendo suporte técnico e equipamentos para projetos desenvolvidos em três unidades de conservação: Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá; Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã; e Floresta Nacional de Tefé”, detalhou.
Apoio da Fapeam
O pesquisador definiu o apoio da Fapeam como crucial para a realização do projeto, com a estruturação do espaço físico do laboratório. “A infraestrutura disponibilizada pelo programa da Fapeam é fundamental para as pesquisas, à medida que provê aos projetos e pesquisadores, equipamentos e insumos adequados à realização de ensaios diversos, garantindo qualidade e confiabilidade das informações geradas no laboratório, e respectivas publicações”, concluiu.
Painter Infra CT&I
O programa fomenta a interiorização por meio de projetos de pesquisa que visem o fortalecimento e a consolidação da infraestrutura de ciência, tecnologia e inovação, com vistas a criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento científico e tecnológico, com qualidade reconhecida em instituições de ensino superior e/ou pesquisa ou centros de pesquisa sediados no interior do Amazonas.