Nesta quarta-feira (23/4), o deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza) denunciou o colapso nas forças de segurança pública do Estado. Na tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o parlamentar classificou a situação da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) como “o pior momento da sua história” e voltou a cobrar do governador Wilson Lima o cumprimento da promessa de convocar mais 500 aprovados no concurso de 2022.
Em Sessão Ordinária, Wilker Barreto alertou para o déficit de efetivo da Polícia Militar, que é considerado o maior da história do Amazonas. Além disso, abordou a opção do governo em convocar apenas metade do prometido.
Para o deputado, a ausência de ação efetiva do Executivo tem colocado em risco a capacidade do estado em garantir segurança à população.
“A Polícia Militar, as forças de segurança vivem, e não tenho dúvida, o seu pior momento: uma tropa desmotivada, doente, desvalorizada, desaparelhada. Estamos infelizmente perdendo a batalha. O estado não avança e, com essa realidade, não tem como entregar um serviço de segurança digno à população”, disparou.
Necessidade da população e dos aprovados no concurso/2022
Durante o discurso, Wilker reforçou sua cobrança ao governador Wilson Lima para que cumpra a promessa feita publicamente de convocar os 500 aprovados restantes do concurso da Polícia Militar realizado em 2022. O parlamentar lembrou que a seleção segue vigente até o dia 2 de maio e pode ser prorrogada por mais dois anos, o que permitiria ao Governo manter o compromisso assumido. Para ele, o não cumprimento da palavra é mais uma demonstração de desorganização e falta de prioridade com a segurança pública.
“Não podemos deixar de ponderar que nós precisamos do aumento do efetivo e tem que ser urgente. Estamos com o pior déficit da história da Polícia. E aí me permita confrontar, porque contra fatos não há argumentos. O governador atribui o não chamamento de mais 500 PMs à questões orçamentárias, contrapondo e contradizendo os próprios números do estado, com receitas crescentes. O que é prioridade em uma administração senão saúde, segurança e educação? Esse é o tripé da administração pública”, questionou.
Minuta que pretende revogar Lei nº 4.044/2014
Além da negligência com os aprovados, Wilker chamou atenção para as condições insustentáveis enfrentadas pelos novos policiais já incorporados à corporação. O deputado também alertou sobre a possível mudança na lei de promoções da PM, que, caso avance, pode colocar em risco o princípio da meritocracia, enfraquecendo ainda mais a motivação dos profissionais da segurança pública.
“Os novos policiais que adentraram estão literalmente, numa linguagem popular, sendo esfolados em suas escalas. Para piorar, tem uma minuta, e se tem uma minuta tem um ideia, eu não tirei da minha cabeça, para mudar a lei das promoções. Uma PL que para você ascender, se isso avançar, você terá que ser um bajulador do seu superior, não será mais por meritocracia. Tudo isso é um conjunto, tudo isso é um somatório”, enfatizou.
Cobranças
Diante da situação, Wilker rebateu de forma direta a justificativa do governo sobre a suposta falta de recursos para convocar os 500 aprovados restantes. O parlamentar apontou que o problema não é orçamentário, mas sim de gestão e de prioridades equivocadas.
“Quer economizar? É só voltar atrás de um contrato, na minha opinião, fraudulento, de R$ 197 milhões de telemedicina, uma vez que o SUS já oferece. Quer encontrar o dinheiro para chamar as forças de segurança? Corta das publicidades, que são mais de R$ 200 milhões por ano, corta os penduricalhos, corta as gorduras. E prioriza aquilo que a população quer. A população quer saúde, segurança e educação e isso não é sua prioridade, governador. Tenha coragem de governar, vá ao encontro do povo”, afirmou.
O parlamentar complementou sua fala expondo que o cenário atual é resultado direto da má gestão do governo. Além de denunciar o não pagamento da data-base e do auxílio fardamento há quatro anos, o que, somado à sobrecarga de trabalho e à falta de estrutura, tem provocado o adoecimento e a desmotivação do efetivo.
“O que está acontecendo com a PM e com as forças de segurança é fruto de má gestão, a tropa está adoecida, desmotivada. Não se paga data-base, não se paga auxílio fardamento há 4 anos”, complementou.